domingo, 4 de outubro de 2009

Ele era um simples garoto de classe média da zona sul carioca, morava no Leblon com sua avó materna, loiro e surfista, assim era Jair. Ao nascer do sol o Atlântico era o seu caminho, a areia escura e quente o chamava como num magnetismo que não tinha fim, o dia morria, a lua onipotente embalava os fins de tarde ventilados e sonoros do violão Di Giorgio que Jair possuía. Juntamente com todos os garotos do Leblon, também loiros e surfistas, ele entoava as mais variadas canções, era um pouco de Jack Johnson com Tim Maia, era um muito dos “Bobs” Dylan ou Marley, e nunca faltava Raul, Cazuza, Titãs e tantos outros nessa salada musical. Chegava à noite, por volta das 19h00min, Jair retornava para a sua casa, um belo e espaçoso apartamento no quarto andar do majestoso Ed. Le Blond, no qual sua avó o esperava com os mais variados quitutes culinários e com sua roupa de ir para a faculdade passada em cima da cama. A aula de Jair começava às 19h30min, logo se vê que ele sempre chegava atrasado ao Curso de Arquitetura da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), mas mesmo assim sempre chegava lá guiando o seu Ford KA vermelho sangue. Era ele um rapaz de vinte e dois anos, querido e popular entre as meninas dos mais variados cursos da universidade, era adorado pelos colegas de sala pela sua capacidade de proporcionar momentos de alegrias naquele cotidiano universitário. Quanto aos professores, pouco se importavam com aquele surfista musical e engraçado, até porque ele não fazia por merecer, pois Jair era o famoso bagunceiro, era o tipo de cara que não estudava, o seu grande “mérito” era puxar um beck no banheiro masculino. E apesar de não se dedicar aos livros, sempre passava naquelas provas pitorescas que muitos dos nerds perdiam. Jair achava muito graça de disso tudo, o que muitas vezes gerava conflitos com aquele grupinho de meninos feios, com óculos fundo de garrafa que sempre sentavam na primeira fileira. Enquanto ele ficava lá no famoso fundão apenas treinando a sua grande habilidade de desenhar mulheres peladas, carros de corrida, e também de enrolar vários becks por segundo. Jair já estava no terceiro ano do Curso que tinha duração de quatro anos. Ele até suportava a Arquitetura, amava o surf e a música, porém não sabia o que deveria seguir, já que se dizia bom em tudo isso. No ano de 2005, Jair se formou e arrumou um emprego na Construtora Assis de Castro, a qual o seu tio Renato Assis era dono, e como uma forma de ajudar arrumou um emprego para aquele sobrinho que pouco sabia sobre Arquitetura e que passava o dia todo na praia fumando maconha, tocando violão e pegando onda. Enquanto isso os nerds do tempo de faculdade estavam ricos, respeitados, cheio de mulheres, pois como se diz: “os CDF de hoje serão os maiorais de amanhã”. Entretanto Jair pouco se importava, o que ele queria era mesmo sombra e água fresca, praia e sol, mulheres lindas e formosas, violão e becks, festas e carros, queria apenas diversão e um trabalho para pagar os seus gastos cotidianos. Ele achava que o sucesso não estava em ser um rico, empresário, maioral e tudo mais, para Jair o que valia era sentir a vida de forma simples, hippie e filosófica. Sua ideologia era simplesmente não ter ideologia.

1 Comentários:

Blogger Lailla Mendes disse...

Como so a gente comenta nessa bagaça aqui, vou dizer que vocÊ me confundiu, brau! tá igual chacrinha, é?? pseudo meeesmo, quer jogar a bomba pra cima do leitor!

7 de outubro de 2009 às 19:22  

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