terça-feira, 1 de setembro de 2009

Sinto um vazio profundo, busco a alegria escondida em algum lugar. Hoje li Fernando Pessoa, pensei em escutar Legião, mas desistir é profundo demais. O Pessoa é genial, pessoal e anormal, é toda a profundidade do mundo... e eu ainda me sinto no fundo. Sinto um vazio inexplorável, numa busca inconstante por algo ao menos inocente. Hoje sou um número na carteira, amanhã talvez possa ser a carteira com um número. Vejo o mundo apoteótico, a vida é sua Odisséia - Talvez eu seja uma Helena de Tróia, e nada mais. Sinto o que não quero e quero o que não sinto. O latido do cachorro ecoa sobre a noite fria, os carros passam ferozmente sobre o asfalto que ora foi quente, a noite urge o silêncio e as luzes amareladas entoam uma mudez. A varanda companheira de tantas horas permanece ao som de seis cordas... em meio ao silêncio ecoa uma voz solitária e ao mesmo tempo forte. A madrugada chega, o cachorro não late mais, os carros adormecem, as luzes se apagam e o silêncio é aquele que permanece.

2 Comentários:

Blogger Thanize Borges disse...

Esse texto é um poema!! Quantas vezes estamos sentindo o que não queremos e queremos o que não sentimos... ;)!!!
Parabéns a escritora!!!

4 de novembro de 2009 às 12:12  
Blogger Larissa Caldeira disse...

Muito obrigada! ;)

15 de dezembro de 2009 às 10:04  

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